Em uma conversa com filósofos amigos meus... Chegamos a conclusão de que deveríamos trocar essa imagem barata, que nos é vendida todos os anos, que é determinada e que hoje na contemporaneidade não se explica, essa imagem é a imagem do presépio:
Trocar essa imagem por algo que diz mais sobre si, que é imponente, impõe respeito, esse será meu "presépio!" A casa do conhecimento, a filosofia pura; isso tem mais significado para mim do que imagens românticas cheias de sentimentos passivos. Essa imagem é a imagem da escola de Atenas... MEU PRESÉPIO!
COMO EXPLICAR QUE O HOMEM, UM ANIMAL TÃO PREDOMINANTEMENTE CONSTRUTIVO, SEJA TÃO APAIXONADAMENTE PROPENSO À DESTRUIÇÃO? TALVEZ PORQUE SEJA UMA CRIATURA VOLÚVEL, DE REPUTAÇÃO DUVIDOSA. OU TALVEZ PORQUE SEU ÚNICO PROPÓSITO NA VIDA SEJA PERSEGUIR UM OBJETIVO, ALGO QUE, AFINAL, AO SER ATINGIDO, NÃO MAIS É VIDA, MAS O PRINCÍPIO DA MORTE.
“No cristianismo, nem a moral nem a religião se acham em contato com um ponto sequer da realidade. Só ‘causas’ imaginarias (‘Deus’, ‘alma’, ‘eu’,’espírito’, ‘livre-arbítrio’ – ou também o não ‘livre’) só efeitos imaginários (‘pecado’, ‘salvação’, ‘graça’ ‘castigo’, ‘perdão dos pecados’). Uma relação entre seres imaginários (‘Deus’, ‘espíritos’ ‘almas’). Uma ciência ‘natural’ imaginaria...”
“O cristianismo foi uma vitória; uma opinião mais ‘distinta’ pereceu por ele, o cristianismo foi ate o presente a maior desgraça da humanidade”
Socorro! Socorro! Quero entender, mas não me deixam; há teias para todos os lados... Larguem-me; larguem-me... Mas eu continuo buscando entender!
Quem me conhece sabe que gosto de música, independente do estilo, a música boa se expressa por ela mesma, nos trás a felicidade, o instante se eterniza, é a grande possibilidade de sair de si mesmo e mergulhar novamente em si, uma overdose de espantos, a lógica não esta na música, como pensam alguns, eu, por exemplo, acredito que ela sim, cria mundos diversos e contrários uns dos outros, e sem ter a menor lógica, aí sim se dá a capacidade de compreender essa estirpe ininteligível do homem que esta em mim.
Vejam como trato a música, é sublime... Mas o que me preocupa é exatamente o que estão fazendo com a música. Rádios tocam incessantemente um lixo musical de tão mau gosto, que tem a capacidade de penetrar na mente e ficar por ali durante dias... Isso é horrível... Uma lavagem cerebral! Agora me pergunto, por quê? Qual a finalidade disso tudo, será fruto de quê esse tipo de música? Esses rostos “belos e engessados” que aparecem e que também rotulam as aparências das pessoas, é tudo tão padronizado! Acredito que a padronização do produto leva a padronização do gosto. Aquela satisfação que me referi no começo com a verdadeira música, não tem em absoluto nada a ver com essa musica de “segunda mão”; sim me refiro a musicas que também contém letras como... “ta vendo aquela lua que brilha lá no céu...”, “coração, coração, coração vê se toma jeito coração”, “ Aquela imagem não me sai do pensamento” , “ Pa panamericano” e todos os lê lê lês possíveis, o que também não salva o desenvolvimento triste e desenfreado dos emos que em geral são meros produtos e determinados.
A lógica é um seguinte, no que diz respeito a essa padronização, buscamos realização naquilo que nos é dado, a mídia em geral nos dá essas músicas, mas nunca há uma realização plena e nunca terá. Então o quê se deve fazer é produzir mais e mais, para que nessa busca louca por uma realização, acreditemos que um dia possamos encontrar naquilo que nos é dado uma espécie de auto realização. Ora, porque os cães comem ossos? Por que normalmente os donos não lhes dão filé mignon, é óbvio; não somos alimentados devidamente. Essas modinhas me irritam demais, não há vida nessas músicas isso é um fato, somos todos moldados é só parar e pensar no tempo de vida útil dessas músicas “infantis” não passam de meses. Ah! Eu quero respirar, por favor, me deixem!
TRECHOS DO MANIFESTO DA 1ª SEMANA DE ARTE MODERNA DA PERIFERIA.
"A arte que liberta não pode vir da mão que escraviza!"
Bento 16 tá na área, o tiozinho quer roubar a cena!!! O papa estava deixando de ser pop, fazia tempo que não ouvia falar dele... Quando que por um susto me lança um livro intitulado: (Luz do Mundo: O Papa, a Igreja e os Sinais dos Tempos). E já vem com polêmicas, como diria o Simão "o rotweiler de Deus", esta revendo os conceitos acerca do uso de preservativos, para quem não sabe; o uso da camisinha na igreja era abominável, uma afronta a natureza e acima de tudo ao próprio Deus, considerado pecado mortal. Essa semana o Papa inicia um debate sobre o uso aceitável de preservativos em alguns casos como uma medida de combate à aids; em algumas situações o uso da camisinha será aceitável, por exemplo, para garotas de programa, homossexuais, transexuais, heterosexuais, que possuem o vírus do HIV, o que se dá aí um compromisso moral, já que a intenção é reduzir o risco de contaminação, sendo esse o primeiro passo de responsabilidade para prevenir contra a transmissão de um grave risco ao outro." O Papa afirma que o uso da camisinha só é aceita pela igreja "em alguns casos, quando a intenção é reduzir o risco de contaminação, podendo ser um primeiro passo para abrir o caminho a uma sexualidade mais humana, vivida de outro modo".
Dessa vez a igreja foi imprevisível, mas ainda não consigo entender o porque o uso da camisinha possa ser considerado uma banalização da sexualidade, ou seja, não usar a sexualidade para expressar o amor... O amor não é uma ideia antiga? Medieval talvez, como um cara pode ditar regras de como e quando se deve usar camisinha, o ideal não seria cada um seguir sua própria conduta? essas questões moralistas e determinantes não me fazem bem algum, o lado bom dessa historia é que parece que a igreja esta se abrindo a essas questões, ah! Essa cruz que carregamos... até quando?
António Abujamra é conhecido pela irreverência de suas encenações e por seu humor crítico em relação a totens e tabus sociais.
É pai do também ator e músico André Abujamra. As atrizes Clarisse Abujamra e Iara Jamra são suas sobrinhas.
Comanda o programa Provocações, da TV Cultura, que vai ao ar desde 6 de Agosto de 2000. Atualmente é exibido todas as terças-feiras, às 23 horas, com reprise na madrugada de terça para quarta-feira, à 1h30.
NÃO: Não quero nada.
Já disse que não quero nada.
Não me venham com conclusões!
A única conclusão é morrer.
Não me tragam estéticas!
Não me falem em moral!
Tirem-me daqui a metafísica!
Não me apregoem sistemas completos, não me enfileirem
conquistas
Das ciências (das ciências, Deus meu, das ciências!)
—
Das ciências, das artes, da civilização moderna!
Que mal fiz eu aos deuses todos?
Se têm a verdade, guardem-na!
Sou um técnico, mas tenho técnica só dentro
da técnica.
Fora disso sou doido, com todo o direito a sê-lo.
Com todo o direito a sê-lo, ouviram?
Não me macem, por amor de Deus!
Queriam-me casado, fútil, quotidiano e tributável?
Queriam-me o contrário disto, o contrário de qualquer
coisa?
Se eu fosse outra pessoa, fazia-lhes, a todos, a vontade.
Assim, como sou, tenham paciência!
Vão para o diabo sem mim,
Ou deixem-me ir sozinho para o diabo!
Para que havemos de ir juntos?
Não me peguem no braço!
Não gosto que me peguem no braço. Quero ser
sozinho.
Já disse que sou sozinho!
Ah, que maçada quererem que eu seja da companhia!
Deixem-me em paz! Não tardo, que eu nunca tardo...
E enquanto tarda o Abismo e o Silêncio quero estar sozinho!
(Álvaro Campos 1923)
Este poema em particular me é muito caro, Minha identificação por ele foi singular a ponto de me arrepiar, diz tanto por aquilo que penso ser ou pretendo ser, ou melhor, por aquilo que me transformei, sim hoje eu grito: "tirem me daqui a metafísica, a moral, a civilização moderna..". Como posso ser o contrário do que sou, não consigo ser fútil, quando me envolvo com as pessoas não sou eu que estou lá, é um outro eu que vive a querer vencer minha consciência não determinada. Como posso viver da mentira? E como posso eu também querer viver da verdade? Já estive nesse dois âmbitos da realidade e nenhum conseguiu convencer - me de que existem diretrizes a serem seguidas nessa vida, A vida não é insofismável!!! Se é que tenho nojo de alguma coisa nessa vida é de ver as pessoas viverem uma vida não vivida, tudo é tão implacável e determinante; a religião, a ciência, a cultura, as artes etc.
"Deixem-me em paz! Não tardo, que eu nunca tardo...
E enquanto tarda o Abismo e o Silêncio quero estar sozinho!".
E a grande explicação para tudo isso se dá unicamente no silêncio, se é que há uma explicação.
